Thorstein, bom dia!
Inicialmente, agradeço por sua participação.
O planejamento governamental e a gestão pública constituem, a bem da verdade, duas
dimensões cruciais e inseparáveis da atuação dos Estados contemporâneos.
Ocorre que, de um lado, planejamento é atividade altamente intensiva em gestão,
daí que planejamento sem gestão adequada é um processo especialmente sujeito a fracassos
e descontinuidades de várias ordens, a ponto de parte da literatura sobre o assunto
lançar mão da expressão “administração paralela” para designar soluções comumente
adotadas por governantes ávidos por implementar e ser capazes de coordenar ações
planejadas de investimento etc., valendo-se para tanto, não da estrutura já instalada de
gestão, mas simplesmente criando estruturas paralelas de gerenciamento dos referidos
planos de ação considerados mais estratégicos a cada momento ou situação.
Ou seja,
planejamento descolado da gestão corre o risco de tornar-se um conjunto de estudos,
diagnósticos e proposições de objetivos sem eficácia instrumental, atividade incapaz de
mobilizar os recursos necessários de forma racional, na direção pretendida pelo plano.
De outro lado, a gestão, embora seja atividade de gerenciamento cotidiano da máquina
pública, é algo que apenas pode fazer sentido estratégico – vale dizer, ser portadora de
conteúdos e de orientações que de fato impactem positivamente tanto os processos cotidianos
de trabalho como os produtos e os resultados finais da ação estatal – se acoplada ou referenciada
adequadamente a diretrizes gerais e atividades concretas emanadas do planejamento
governamental.
Att.,
Matheus