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É natural que tenhamos dificuldades em perceber ações positivas
É natural que tenhamos dificuldades em perceber ações positivas, sobretudo em um país em que o serviço público seja deficiente e precário - embora tenha se expandido e venha atendendo a um número maior de pessoas que tempos atrás. Mas, apesar de tudo, podemos lembrar que as concessões a estabelecimentos comerciais e transportes públicos, a fiscalização, a imposição de multas a danos pessoais, ambientais e ao patrimônio público, os serviços de água e luz, produção de energia, etc., são de responsabilidade do governo (mesmo que essas não sejam ações diretas).
Encerre essa pergunta com a leitura de um texto bem pequeno de Graham Jr. e Hays intitulado "Para administrar a organização pública", que trata justamente dessa questão. Como no caso recente que vivemos, do racionamento de energia, no momento da falta é que percebemos a intervenção direta e a importância "silenciosa" do Estado. Esta análise serve como ponderação. Subjacente a essa afirmação podemos dizer que existem, então, questões que nos passam despercebidas e, portanto, não são controladas pela sociedade. A crise no setor de energia elétrica é fruto de um descaso antigo, que vem desde o governo antigo.
Embora possamos concordar que determinadas ações são "boas" e outras são "más", não podemos desconsiderar o fato de que esse é um julgamento de valor e que, portanto, dependerá sempre do ponto de vista. As ações do governo sempre atendem a um setor ou a um segmento da sociedade e serão, dessa forma, sempre "boas" para alguém!
Creio haver importante fator que distingue o papel do Estado e dos serviços públicos no Brasil, se relacionado com outras nações. É o padrão de desenvolvimento do capital, que aqui se aculturou "capital de estado".
Há o custo elevado dos investimentos públicos para aparelhar a infra-estrutura necessária ao desenvolvimento econômico e social do país. A iniciativa privada é dependente dessa "lógica instalada". É o Estado quem arca com os principais elementos: ou paga ou financia obras e instalações, alem de gerar concessões de uso e exploração. Seja em geração de energia, estradas, portos e aeroportos, etc.
E permitindo aos empreendedores possam seguramente e com menor margem de risco, explorar e mantener esses serviços, que estruturam e sustentabilizam os arranjos produtivos, econômicos e sociais, do desenvolvimento brasileiro.