Olá, senhor Roberto Souza!
Constato na intervenção do senhor um certo desconforto produzido pela lentidão no processo de rompimento tanto da cultura da desconfiança popular em relação à classe político-administrativa, quanto da resistência do gestor público em partilhar a direção do governo municipal.
Chega a ser frustrante. Compreendo, o sentimento também. Todavia, é importante ressaltar, que a sociedade brasileira, a despeito dos cinco séculos de ordenanças geopolítica, ainda tateia a participação, enquanto organização civil, na dinâmica e no cotidiano da gestão pública.
As ações coletivas em espaços públicos ainda são tímidas e padecem de perseverança, pois os ajustes na atual geração populacional será mecânica e por choque. É necessário, por outro lado, que se capriche no prosseguimento, pois do contrário, a próxima geração estará à margem da cultura de participação pública, como forma de se construir cidadania e se trabalhar por uma sociedade fraterna e igualitária.
Investir em educação não é falácia, na medida em que o processo pedagógico é capaz de estimular entendimento, instrução e o pensamento. É preciso construir horizontes que não estejam voltados prioritariamente às estruturas para a contenção pela falta, como hospitais e presídios.
Senhor Roberto não se engendra uma realidade nessa magnitude do dia para a noite. Se o senhor me permite, sugiro respirar e se despir da expectativa, pois provavelmente o trabalho árduo do despertar de uma arquitetura social coletiva comece a ser vivenciada, considerando um excesso de entusiasmo, por nossos netos.
Persista e não se deixe agastar, pois quem sabe onde quer chegar tem a fé rotineiramente renovada.
Espero ter contribuído para o debate.
Saudações fraternas.
Carla Monteiro, Tutora TURMA 5, Cetur/FJM.