Boa noite!
Senhor Bracarense, assim como aos participantes do curso, por meio dessa Turma 5, a existência de um conselho municipal é a expressão máxima da oportunidade em se coletivizar um serviço público.
Em seu texto, o senhor levanta duas questões: 1) estimulo do Poder Público à participação nos organismo e 2) disponibilidade emocional da sociedade em acolher a agenda proposta pelo poder local constituído. Chega a transparecer certo cansaço, diante do grandioso desafio. Concordo, ressaltando, porém, que é uma questão cultural.
De modo geral, no Brasil, como maior ou menor olhar coletivo, há uma grande dificuldade em se comprometer com as questões comuns, do ponto de vista público. Queremos um governo honesto, mas não o fiscalizamos e o ensinamos a onde tem que gastar.
Atuar de modo comunitário é trabalhoso, pois por falta de qualificação e intercâmbio com a rede de associações, tende-se a agir de modo assistencialista. Mas tudo precisa começar. E todo início é operoso e por vezes mal compreendido.
O senhor, em me permitindo, gostaria de sugerir que investisse em motivar seus colegas e os próprios representados com conceitos básicos a cerca da responsabilidade em ser conselheiro. Trabalhe no sentido de fortalecer um conselho; depois estruturar uma rede de associações (bairros em especial) ao conselho; dê publicidade aos resultados viabilizados, despertando o interesse em outros conselhos a conhecerem o processo de atuação de vocês.
Construam, como em Lucas do Rio Verde, uma jovem cidade do mato grosso nacional, uma Casa do Conselho, em que todos os conselhos estão reunidos, assim como suas redes de associações; montem bancos de dados; façam parcerias com a comunidade local, para gerarem cursos; desburocratize ao máximo as ações; inverta a lógica do poder público em querer reverter tudo em voto.
Os conselhos municipais são a expressão máxima da participação social nos diversos setores da máquina administrativa. Concordo que o diferencial é uma gestão socialista. Mas é preciso, essencialmente, que haja disponibilidade do coletivo em atuar localmente e no espaço comum. Todavia, enquanto essa administração socialista não se torna realidade em Curitiba, porque não não trabalhar os alicerces?
Nadar contra a corrente é cansativo, mas as pessoas esperam sempre que apareça uma pessoa para lhe dizer que ela pode e será acompanhada.
Espero ter contribuído.
Obrigada.
Carla Monteiro.