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Socialismo Democrático

 
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Re: Socialismo Democrático
por Elizete Lanzoni Lanzoni Alves - terça, 28 nov 2017, 07:43
 

Deusilene e demais amigos deste fórum, um dos pontos mais importantes quando se trata da gestão pública, sobretudo, para os militantes do PSB, se refere ao conceito de Socialismo. É preciso ter claro na mente e nas atitudes o que é Socialismo, origem do movimento e, principalmente, onde se quer chegar.

A ideia é dizer que hoje o PSB não tem enquadramento na linha socialista histórica, seja, na concepção do socialismo científico (Marx e Engels) ou socialismo utópico (Owen, Fourier, Saint-Simon). O que o Socialismo defende na atualidade é a luta pelo equilíbrio social, igualdade de direitos, deveres e oportunidades.
O socialismo hoje não cabe no molde nem da linha científica nem da utópica.
Ouso em afirmar que o PSB pode, inclusive, inaugura um novo conceito de socialismo: "socialismo democrático, ético-participativo" fundamentado na democracia participativa para mostrar que por meio da efetiva participação social  o país poderá ter a chance de reduzir as desigualdades sociais.
A participação social, incluindo naturalmente o controle social, estimula o desenvolvimento de políticas públicas, o raciocínio mais lógico para as escolhas políticas, o exercício da ética e da cidadania.
A busca por uma fundamentação teórica do passado serve sim para mostrar as raízes do socialismo, sua evolução e suas perspectivas conforme o desenvolvimento dinâmico da sociedade, mas, não espere muito que textos atuais mostrem exatamente o enquadramento do PSB. Isso tem que ser construído por nós (que ousadia não?), mas, corajosamente é o nosso maior desafio!
Por analogia, e sob a perspectiva da evolução da escala geológica que reconhece a mudança da Época (e não Era como alguns falam...) do holoceno para o antropoceno para demonstrar a devastadora interferência humana no ambiente, sobretudo a partir da Revolução Industrial (aliás, um dos fatores de desenvolvimento do socialismo cientifico), é possível afirmar que o socialismo também está em fase de alteração conceitual.
O PSB pode ser protagonista  de um "socialismo ético- participativo" até mesmo em respeito aos seus precursores (João Mangabeira, Hermes LIma e Domingos Vellasco) que defendiam a ideia, por exemplo, do "interesse coletivo" ao tratar da propriedade privada, sem abrir mão da utilização pessoal, mas, a partir de limites e possibilidades, o que demonstra o caráter de centralidade e não de extremidade. Ora, só por aí é possível notar o corte epistemológico com o socialismo histórico, tanto, que no texto sobre a história do PSB (anexado em seu e-mail) consta claramente que o "partido procurou situar-se a meio caminho entre o socialismo radical (de inspiração marxista) e a social-democracia".
O que falta, em realidade, é a criação de um "conceito operacional" (aqui fazendo uma homenagem ao professor e cientista político catarinense Cesar Luiz Pasold) para o "socialismo" que o PSB quer mostrar na atualidade.
Isso demanda (e aqui relembro do grande desafio a que me referi no início do texto) é que nós integrantes do PSB e estudiosos da ciência política e social nos debrucemos não somente sobre os textos históricos.
O que precisamos mesmo é pensar o PSB de forma a dar continuidade literária à sua história.
Se isso será feito por intermédio de tertúlias, encontros filosóficos científicos, os cursos em EAD, não importa!
O bom mesmo é estarmos juntos e compondo o PSB de hoje e que, de certa forma, reescreve a história do socialismo no Brasil.