1. Sustentabilidade é um conceito sistêmico; relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Mas o que isso tudo pode significar na prática?
Esse conceito de sustentabilidade na pratica, representa que a exploração dos recursos naturais ou não, devam ser explorados de forma racional, que traga menos impactos possível e que não seja bastante prejudicial ao equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades humanas bem como toda a biosfera que dele dependem para sua existência.
2. A responsabilidade social e a sustentabilidade devem permear as decisões do novo líder organizacional. Em tempos de consumo excessivo e escassez de recursos naturais, qual o grande desafio do gestor?
É um desafio permanente assegurado através de instrumentos fiscalizatórios e no atendimento das entidades ambientais, para que a sustentabilidade seja uma prática exitosa e aplicada com muito mais frequência e seriedade nas organizações.
3. Quais os parâmetros que deverão ser observados para formação, desenvolvimento e aperfeiçoamento de gestores – líderes, diante desta nova economia, compartilhada e criativa? Cidades Criativas são uma realidade prática ou ainda mera utopia? Opine
A minha opinião é que Cidades Criativas já são realidades de
acordo com a leitura do artigo da Coordenadora e Professora Ana Carla Fonseca
do PEC/FGV de Economia Criativa e Cidades.
A vasta maioria dos
estudos voltados ao futuro do trabalho - assinados pelo Fórum Econômico Mundial
e pela Economist Intelligence Unit, para nos atermos a alguns - constatam o que
a prática já indica. Em um futuro cada vez mais próximo, a automação industrial
poupará somente os trabalhos criativos (ou seja, não repetitivos) e os de
inteligência social (baseados nas relações humanas). Os demais - inclusive os
cargos executivos - deverão ser substituídos pela inteligência artificial.
Constatam mais: hoje, muito se investe em tecnologia e menos em pessoas - mas
quem criará as futuras tecnologias?
Diante desse quadro, reinventar a educação, investir em empreendedorismo, estimular a diversidade de pensamento, facilitar o ambiente de negócios e dar vazão a novos modelos de economia, como a compartilhada - passou a ser vital. Cidades, empresas e fundos passaram a investir em startups, aceleradoras, incubadoras, em escala inédita. A cidade de Paris, por exemplo, inaugurará em janeiro a Estação F, acolhendo mil startups.
As cidades mais avançadas nesse pensamento perceberam que, hoje em dia, não basta investir em parques tecnológicos padronizados com mesas de pebolim e espaços de cowork, ou abrigar essa efervescência criativa em uma bolha urbana.
Cidades que adotaram a economia criativa como estratégia vêm reconhecendo a importância de investir em um locus urbano que nutra, estimule e atice essa efervescência criativa, não apenas para somar novos ingredientes às receitas que cada trabalhador criativo pode inventar, mas também porque é nesses locais que quem respira e transpira criatividade quer estar.
Basta pensar em Barcelona, Londres, Berlim, Nova York - todas elas cidades sinestésicas, onde propostas arrojadas encontram oxigênio e nas quais a possibilidade de se encantar e inspirar no trabalho e fora dele é dada como certa. Porque a fronteira entre a vida e o trabalho é cada vez mais fluida e não há como ser criativo vivendo apenas em um ambiente apático.
Incorporar a economia criativa como base de desenvolvimento é fundamental para que saiamos da recessão em um patamar mais elevado, seja qual for a esfera de governo. Mas é no âmbito das cidades que estão as maiores chances de reinvenção, valendo-se da preciosa simbiose entre economia criativa e cidade criativa. É nisso que nossos futuros gestores municipais devem atentar - e nós, ao votarmos neles.