FORÚM 04- LIDERANÇA e CONFLITOS.

O líder é uma emergência natural do processo do grupo? ou um produto de um processo planejado, fabricado e racionalmente construído?

 
Imagem de Dinalva Freire Galvão
O líder é uma emergência natural do processo do grupo? ou um produto de um processo planejado, fabricado e racionalmente construído?
por Dinalva Freire Galvão - segunda, 29 jan 2018, 13:56
 

O exame dessa classificação demonstra que a  classe ou se serve corretamente das vantagens do controle orçamentário ou tem contato direto com operações subordinadas a controle orçamentário bem organizado e eficiente. Verifica-se, outrossim, que as duas primeiras ou não têm conhecimento ou estão mal informadas sobre o funcionamento do controle. Trata-se, na maioria, de pessoas que nunca tiveram contato direto com operações dirigidas através de um sistema eficiente de controle orçamentário, nem tampouco tiveram oportunidade de examinar o assunto de forma definitiva e real, vendo e analisando os resultados de um sistema de controle que funcionasse eficientemente.

Constatou-se, também, em alguns casos, que muitas pessoas pertencentes à primeira classe tiveram experiências negativas em organizações onde o sistema de controle falhara. Entretanto, é muito raro que as condições econômicas sejam tão más que um sistema eficiente de controle falhe completamente, mesmo porque a existencia de tais condições exclui a possibilidade de funcionamento da emprêsa. Anaüsaremos as possíveis razões de falhas dos sistemas de controle orçamentário quando tratarmos de sua metodologia.

Durante os últimos anos aumentou muito o interêsse sobre o assunto. Grande número de indústrias experimentou tal desenvolvimento no volume de suas operações que se tornou impossível dirigi-las sem um programa bem definido e minuciosamente elaborado, tanto no campo fabril como no econômico-financeiro. Nas indústrias pertencentes a grupos numerosos de acionistas, que procuram eleger para suas diretorias pessoas habilitadas, treinadas e técnicamente capacitadas, o planejamento das operaçoes a curto e a longo prazo é considerado imprescindível.

Existem, porém, muitas emprêsas de propriedade de famílias ou de um único dono, o qual, em muitos casos, foi também seu fundador. Neste grupo de empresas, que chamaríamos oligárquicas, é maior a resistência à sistematização do planejamento das operações em geral e das financeiras em particular. Este artigo tem por objetivo expor a filosofia em que se fundamenta a ideia de controle orçamentário, discutir a metodologia de um sistema de controle e demonstrar como um programa dessa natureza é realizado e integrado numa operação comercial.

Controle orçamentário é um sistema de planejamento econômico-financeiro das operações de uma emprêsa, e de fiscalização da execução do programa preestabelecido. Nos tempos atuais não há lugar para organismos que não saibam planejar o progresso. Em face da viva e agressiva concorrência e das freqüentes e violentas variações nas estruturas econômicas do mundo, qualquer organização que deseje progredir, ou, pelo menos, sobreviver, tem de planejar suas atividades e cuidar para que prossigam no sentido previsto pelo plano. Acima de tudo a emprêsa precisa diligenciar para que os resultados de seus esforços sejam efetivos, o que se demonstra pela obtenção do lucro projetado.

Uma empresa industrial mantém sua existência por sua eficiência na conversão dos diversos elementos para produzir melhor e mais barato o produto final; basicamente, porém, qualquer empresa se inicia e se mantém em operação graças ao seu poder aquisitivo. Deste modo, para adquirir as necessárias máquinas, dependências, mãos-de-obra, materiais etc., uma empresa industrial tem de possuir, inicialmente, poder aquisitivo à altura necessária, seja em forma de dinheiro, seja em forma de crédito. O dinheiro e o crédito representam valores que devem ser submetidos a uma série de transformações para assegurar a existência da empresa. Desde a formação da empresa e durante todas as fases de sua operação ocorre um fluxo de transformação de valores.

Êsse fluxo é concepção econômica que pode ser representada esquemáticamente, de modo semelhante à representação das concepções eletrônicas ou mecânicas. Da mesma forma pela qual o engenheiro industrial esquematiza e generaliza as diversas fases técnicas de sua operação fabril, ao economista cumpre esquematizar as funções econômicas inerentes à vida de uma emprêsa. Em nosso caso estamos interessados no fluxo de transformação de valores.

Simples é nosso esquema e fácil sua compreensão. Senão, vejamos. A emprêsa começa pela aquisição do capital, o que sói ser feito através da venda de ações ou cotas. Estas são adquiridas pelo público em geral ou por um grupo limitado de pessoas que hajam por bem constituir a sociedade. Dá-se início, assim, ao fluxo da transformação de valores. Emitem-se, preliminarmente, certificados ou títulos provisórios de ações, cotas e debêntures, cambiáveis e negociáveis por dinheiro ou crédito. Esta é, aliás, a primeira conversão de valores, a primeira das etapas principais do fluxo econômico: o financiamento.

De posse do dinheiro ou do crédito, a emprêsa passa a adquirir prédios, máquinas, materiais etc., e a contratar diversos serviços, como fôrça, telefone, direção, mão-deobra etc.. Essa operação, claro está, altera, de imediato, a situação financeira da emprêsa e o seu grau de solvência, porquanto faz com que o capital líquido se transforme, parcialmente, em ativo fixo e inventário. É a segunda conversão de valores, a conversão pela compra, que constitui a segunda das etapas principais do fluxo econômico.

Utilizando máquinas, materiais e serviços, a emprêsa industrial enceta a fabricação de seus produtos. Parte do valor do ativo fixo é incorporado nos produtos pela depreciação. Os materiais transformam-se em produto através do esforço da equipe de fábrica. Nesse ponto os valores que representam o uso do ativo fixo, dos materiais e de parte dos serviços estão sendo convertidos em valor do produto a ser colocado no mercado. Dá-se, então, pela operação fabril, a terceira das etapas principais do fluxo econômico: a transformação da matéria-prima em produto.

A quarta e última etapa dêsse esquema geral de fluxos econômicos de uma emprêsa industrial é a conversão pelas vendas, ou mercadização. "Vendas" é um dos serviços mais importantes para a vida do negócio. Tem por objetivo suscitar e manter no público o desejo de possuir o produto fabricado pela emprêsa, mesmo em casos onde o preço do produto exceda seu valor utilitário real. Êsse serviço requer pessoal e equipamento; o valor do uso do equipamento e dos esforços do pessoal de vendas adiciona-se ao custo do produto. Adiciona-se, também, a êsse custo o valor dos serviços da administração da emprêsa. Por outro lado, o uso do capital que se permite converter em produto não pode ser gratuito. Assim, ao custo do produto adiciona-se agora o valor do custo de uso do capital necessário para sua fabricação. Êsse custo é pela emprêsa considerado lucro. Na verdade, porém, o lucro é o custo do uso do capital empregado pela emprêsa em suas operações. O valor dêsse custo é muito flexível, variando de acordo com as condições do mercado e as regras gerais do comércio. Dêste modo, a conversão pelas vendas é a última etapa principal, onde o valor de todos os elementos convertidos em produto é transformado, de nôvo, em dinheiro ou em crédito, e se fecha o ciclo das transformações.

Compreende-se que muitas funções das diversas etapas supracitadas não se desenvolvem simultaneamente, e que o grau de deslocamento das fases pode ter qualquer magnitude, dependendo do órgão sintonizante, que é a administração ou a gerência. É possível, também, que uma emprêsa possa ter vários fluxos econômicos independentes, cada um fora de fase com os outros. Todos, porém, devem obedecer a uma ordem de seqüência funcional, começando e terminando da mesma maneira, mesmo que em nível e tempo diferentes. As variações nas intensidades dos fluxos, as diferenças em nível ou fase e os demais aspectos de cada fluxo devem ser cuidadosamente estudados e atentamente observados durante seu percurso. Aqui, como em qualquer ramo da ciência ou da tecnologia, para se obterem bons resultados dos fenômenos usados e operados é necessário compreender bem as bases da existência dêsses fenômenos, suas origens e as razões de seu comportamento, sem o que não se poderá tirar proveito dêles. O dirigente de uma emprêsa, portanto, não pode ignorar o funcionamento e a interdependência de todos os fatores presentes, internos e externos, que atuem por dentro e por fora de cada um dos fluxos econômicos e que possam influir em suas diversas etapas.


Imagem de Fernando Muller Pires Muller
Re: O líder é uma emergência natural do processo do grupo? ou um produto de um processo planejado, fabricado e racionalmente construído?
por Fernando Muller Pires Muller - terça, 6 fev 2018, 16:10
 

Ser líder é diferente de ser gerente, pois um gerente administra crises instaladas no grupo,  já o líder cria as soluções, ele não necessariamente precisa comandar e sim apontar a melhor direção, pois a sua maior característica deve ser a capacidade de influenciar a equipe. Penso que um líder se forma a partir destas duas vertentes, porem os que nascem frutos de um processo de fabricação tem sua vida útil por pouco tempo ou somente por uma questão sazonal. 

Imagem de Fabrício Leme GERALDINI
Re: O líder é uma emergência natural do processo do grupo? ou um produto de um processo planejado, fabricado e racionalmente construído?
por Fabrício Leme GERALDINI - quinta, 8 fev 2018, 21:43
 

Há líderes que surgem nas duas esferas da realidade das empresas:  na urgência ou no planejamento. Para ambos os líderes há a necessidade de auto-confiança, ou seja, ambos devem ter as habilidade básicas de um líder para desenvolver-se melhor nas funções a qual é responsável.

Imagem de Deusilene Leão
Re: O líder é uma emergência natural do processo do grupo? ou um produto de um processo planejado, fabricado e racionalmente construído?
por Deusilene Leão - segunda, 12 fev 2018, 13:33
 

Prezado Fernando,

Obrigada por responder ao Fórum. Parabéns pela resposta!

O líder sempre é produto natural do grupo. Só existirá liderança se houver necessidade!

Por tanto, o líder não é uma figura fabricada pela situação. Ele surge e nasce do processo natural do grupo.


Abraços,


Deusilene Leão



Imagem de Marcia Silvana Do Carmo
Re: O líder é uma emergência natural do processo do grupo? ou um produto de um processo planejado, fabricado e racionalmente construído?
por Marcia Silvana Do Carmo - domingo, 18 fev 2018, 18:19
 

Considero que o líder deveria surgir como consequência em um grupo, porém se pensarmos em uma empresa pública, inumeras vezes nos deparamos com líderes "pré-fabricados"  e não raras vezes, com perfil totalmente avesso ao cargo a ser ocupado. Observamos o imenso dano que isso causa ao trabalho, à Instituição e à continuidade do processo da Empresa. Em uma Prefeitura por exemplo, vemos continuamente o ajeitamento de pessoas em posições de "liderança" ( ou somente chefia).