Devido ao seu processo histórico, a atual administração pública brasileira ainda convive com traços dos modelos patrimonialista e burocrático. Um ambiente de inovação exige não somente criatividade mas outras condições organizacionais, como, por exemplo, processos gerenciais mais amplos, responsabilidades bem definidas, controles menos rígidos, comunicação mais livre, e oportunidades aos servidores de influenciar as decisões importantes sobre o próprio trabalho. Ou seja, não somente a criatividade por si só, mas práticas de comportamento e atitudes que facilitem a expressão da criatividade e o seu aproveitamento nas inovações.

Toda a instituição pública deve estar conectada com o propósito de servir as pessoas, sempre. Mesmo em atividades meio, que atendam somente clientes internos, toda e qualquer inovação deve olhar para entrega final de serviços.  O distanciamento do propósito de servir pode destruir o significado da inovação, pois os benefícios reais das iniciativas acabam sendo individualizados, para progressão de carreira, ego ou projetos de pesquisa que não atendem as necessidades dos cidadãos e estão distantes de solucionar problemas reais

.
 Os ambientes significativos para que a inovação aconteça são fundamentais, mas devem ser criados com cautela:
Todo inovador público almeja um espaço diferente para trabalhar. O gatilho natural é criar um ambiente próprio, mais conhecido como: laboratório de inovação. Porém, antes de construir um Maracanã, aprender a tocar a bola é fundamental. A inovação deve acontecer mesmo sem um laboratório, a instituição deve incorporar em suas rotinas a mentalidade de experimentação que florescem nesse espaços. .

O processo de inovação envolve criação, mas também ruptura com culturas já enraizadas em uma instituição. No setor público, devido a coexistência dos modelos patrimonialista e do burocrático com o gerencial, essa transição pode ser turbulenta e gerar ônus para a organização. Podem surgir práticas organizacionais que visam inibir essa criatividade vista como turbulenta e desorganizada.

As dificuldades para implementação de gestão estratégica de pessoas na administração pública podem ser várias, destaco a resistência por parte do corpo funcional em razão da cultura institucional pré-estabelecida e a falta de conhecimento técnico adequado ao gestor responsável. 

Diante destas limitações institucionais e técnicas há maneiras de encaminhar soluções, dentre as quais o diálogo e a qualificação profissional dos servidores, primeiro um mecanismo democrático de organização que potencializaria a permeabilidade das ideias relevantes e comprometimento da equipe e em segundo a qualificação do corpo funcional.

No caso do Ministério da Sociedade Brasileira seria possível superar as dificuldades e implementar uma gestão estratégica com base no que discorremos acima, e aprimorando a organização com a estruturação de um plano de carreira e enquadramento funcional de acordo com a realidade e os objetivos do órgão.