FÓRUM 7 - Intraempreendedorismo

Case 07 -- Intraempreendedorismo

 
Imagem de Faísca Fernandes Gomes Carlos Alberto
Case 07 -- Intraempreendedorismo
por Faísca Fernandes Gomes Carlos Alberto - quarta, 7 fev 2018, 12:40
 

1. Qual o papel da liderança como indutor na criação de ambientes propícios à criatividade e inovação nos respectivos ambientes de trabalho?

Havendo diversas barreiras e entraves à inovação, a liderança deve procurar formas de ultrapassar tais resistências, as quais derivam de diversos fatores, entre questões de enquadramento legislativo, visão política, resistência cultural à mudança, entre outros. Para conseguir vencer tais resistências é desejável, por parte do líder, que o mesmo possua, entre outras condições, uma efetiva liderança técnica com diretrizes estratégicas claras sobre o caminho a seguir e metas a alcançar, clareza sobre as inovações que pretende atingir bem como a forma do seu estabelecimento, e o uso de métricas adequadas à verificação da adequação da realidade conseguida ao que foi ambicionado e planejado, tudo isto dentro de uma cultura de constante inovação e adaptação ao contexto exterior à sua organização -- neste caso, ente da administração pública --, contexto exterior este que está em permanente mudança e ao qual é preciso constante adaptação.


2. O Intraempreendedorismo é visto hoje como a capacidade de inovar através da recriação e reinvenção dos processos e técnicas que a permitem encontrar novas soluções. Opine sobre as possibilidades e limitações dessa prática nas empresas públicas. 

 Intraempreendedorismo no serviço público se define como sendo a geração de alternativas originais para os problemas e desafios encontrados pela administração pública, se caracterizando por uma evolução contínua de processos, bem como pelo desenvolvimento de soluções inovadoras que satisfaçam simultaneamente as necessidades sociais e as necessidades econômicas da própria sociedade moderna. Quanto à aplicação deste conceito a instituições públicas, há estudos que parecem indicar haver algumas características diferenciadas na sua aplicação quando se tem por comparação o seu uso em instituições públicas e em instituições privadas, nomeadamente ao nível dos seus objetivos organizacionais -- satisfação do interesse público versus remuneração do capital investido --, ao controle e manuseio de recursos, bem como a uma normalmente maior rigidez ao nível da sua estrutura e relações hierárquicas, as quais nas instituições públicas dependem, e muito, de um ordenamento jurídico cujos aspetos estruturantes não costumam ser de fácil modificação. Não é por acaso que no case 07 apresentado, estão expressas algumas opiniões críticas ao processo seletivo de concurso público -- imposto pelo artigo 37.º da Constituição Federal de 1988 -- e à lei de contratação pública -- i.e., à lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993 --, instrumentos normativos estes que por vezes podem constituir reais entraves ao funcionamento otimizado da organização pública. É preciso compreender que muitos dos modelos estruturantes derivam sobretudo de visões mais ideológicas do que de constatações pragmáticas da realidade, impondo as mesmas modelos estruturantes que em alguns casos podem se manifestar como algo disfuncionais e inadequados à realidade vivida.


3. A excelência da gestão pública deve passar também pela excelência comunicacional. Como estabelecer uma comunicação estratégica e integrada levando se em conta as limitações da sua realidade?

Penso que para além do necessário treino em torno da objetivação logicamente construída -- algo que não é ainda o forte na cultura brasileira --, é necessário criar rotinas e procedimentos claros na transmissão da informação, usando por regra, e sempre que possível, a forma escrita mesmo que sob suporte digital e não em papel. É preciso ainda também procurar reduzir o ruído que sempre surge nos canais de comunicação, o que em parte se consegue através de um esforço de objetivação de procedimentos e do conteúdo transmitido, bem como através do meio escrito ao ser possível olhar para o texto inicialmente escrito e não filtrado por intermediários, o qual deve ser a fonte da informação que se pretende comunicar, estabelecendo a comunicação mais direta que for possível entre o pretenso emissor e o pretenso receptor da mensagem em causa.